9 de jul. de 2009

Wind River Range, Wyoming


Vrum, vrum... o barulho lembrava uma moto sendo acelerada em ponto morto. Mas estávamos longe de qualquer civilização e o som vinha do vento que invadia nossa barraca e sacudia a lona incessavelmente. A situação beirava o ridículo e nós só podíamos rir. Era o 14o dia de expedição, o 14o dia com precipitação e o 13o que essa precipitação era em forma de neve. Era junho e o verão ia chegar em 4 dias, mas o clima era de inverno. Os dias estavam frios, gelados para ser mas precisa, sendo a media da temperatura entre -5o e 5o. As tempestades constantes nos forçavam para dentro das barracas, dentro de nossos sacos de dormir.
Todos os dias, íamos dormir com uma pontada de esperança que o dia seguinte estaria com um céu limpo, azul, sem nuvens. Todos os dias acordávamos com vento ou neve. Alguns dias, a esperança se estendia até quando abríamos o zíper da barraca; a ausência de vento e neve nos fazia crer que era esse o dia. Mas era tudo ilusão. As nuvens ainda dominavam o céu e a calmaria era uma pequena brecha no tempo insano que estávamos tendo.

Parecia a Patagônia, mas por sorte o vento não era tão forte. E os ares gelados da terra ao sul estavam a milhares de km de distancia. Ali, estávamos na parte Norte da cadeia montanhosa Wind River, no noroeste do estado de Wyoming, EUA. Éramos 15 pessoas, 3 instrutores e 12 alunos. Mas nessas 2 primeiras semanas de curso a parte de ensinar e aprender ficou secundaria. O importante era nos mantermos secos e aquecidos ou relativamente aquecidos.
Meu co-instrutor Mike já havia estado ali mais de 10 vezes e essa foi a vez mais fria e com pior tempo em dias consecutivos que ele pegou. É... só nos restava rir e torcer por dias melhores.

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